O Vazio Infinito e o Divertissement em Blaise Pascal

  • Francisco Sérgio Bertoldo do Nascimento IFCE

Resumo

O presente artigo seguirá o método de revisão bibliográfica sobre a temática filosófica pascaliana do vazio infinito e do divertissement, presente na Lettre  e nos Pensamentos. Ao sentir-se abandonado por seu objeto infinito (Deus), o ser humano busca sem êxito preencher o seu vazio infinito por meio de objetos finitos, ou seja, pela busca constante do divertissement. O vazio infinito e o divertissement em Blaise Pascal, tão presentes em nossas vidas, são consequências do completo abandono de Deus, isto é, do próprio objeto infinito. Por esta razão, ao sentir-se abandonado por seu objeto infinito, o ser humano passa a buscar incansavelmente, de forma consciente ou não, satisfazer o seu vazio infinito por meio de objetos finitos. Diante desse desejo de preenchimento do seu vazio infinito, o homem lança-se no divertissement, conceito que, em síntese, denota as manobras que ele usa para desviar o pensamento das suas misérias existenciais e das suas múltiplas insuficiências a fim de esconder e não encarar seus constantes fracassos. Em Pensamentos, Pascal procura demonstrar que o homem, em todos os tempos, envolveu-se num emaranhado infinito de afazeres diários que o tornou distraído, desviando-o do que é realmente importante, sua quietude e seus momentos de autorreflexão. Portanto, este artigo visa contribuir para entender o pensamento de Blaise Pascal acerca do grande drama existencial do homem em sua busca constante de alívio ao fardo das misérias da sua existência e apontar caminhos de retorno ao objeto infinito, Deus, único capaz de preencher o vazio infinito.

 

Palavras-chave: Vazio infinito. Objeto infinito. Divertissement. Pascal.

Downloads

Não há dados estatísticos.
Publicado
2024-11-10